POETAS DO SAMBA - PAULINHO DA VIOLA E SÉRGIO NATUREZA
PELOS VINTE
(Paulinho da Viola e Sérgio Natureza)
Você me deixou pelos vinte
No golpe da sorte
Entre a rosa e a preta
Na mesa da vida
Você me deixou sem saída
Sinuca de bico
A rosa e a preta
Na noite perdida
Você me deixou sem escolha
Com bolha no dedo
E o taco mais fraco
Com medo de errar
Você so deixou a tabela
E eu disse comigo:
"O efeito foi feito, pra gente tentar..."
Tentei no capricho e matei sem perdão sua pose
A black e a rose, e a black outra vez
Enfim terminado esta jogo
Chamei pelo cara do tempo
E tirei da caçapa o suor que suei
Tratais o caso de um falso amor
Qual fosse uma partida de sinuca,
Onde por desamor fundiu-se a cuca
De quem tornou-se ao certo um sofredor.
Ficastes, de repente, pelos vinte,
Atormentados, entre a rosa e a preta
E só restava à alma de poeta
Tentar uma jogada com o requinte
De um mestre, que o perigo desafia
E de sentir o taco fraco, escapa
A que não tenha, no amor, derrota.
Mas cada um tem da sorte a sua cota
E achastes o caminho da caçapa,
Num lance da maior categoria.
Bom dia, amigos.
Ótima quarta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.
Obrigado, Hull, pela honra da interação.
Ainda bem que o poeta
deu aula da situação
de jogo não sou asceta
Muito boa a explicação.
Parabéns, gostei de ler,
o samba e o soneto
o leitor gosta de ver
como na ópera o libreto.
(Hull de La Fuente)
Obrigado, Jacó, pela brilhante interação.
Esta sinuca de bico,
Que o amor nos coloca,
Não há como fazer troca,
Se a escolhi, Eu fico.
(Jacó Filho)
Obrigado, Norma, por tão bela interação.
O amor pode não ser perfeito
Pode trazer muito sofrimento
Mas o coração bate no peito
Cheio de amor e sentimentos.
(Norma Aparecida Silveira Moraes)