Perséfone

 

À Luana Moura


Do precipício das angústias, rente
Ao negro paço fúnebre do nada,
Minh’alma triste fez-se o ser regente,
Nas profundezas térreas, a coitada...

Mas, como um sol que surge intransigente,
Nos vastos breus de insana madrugada,
Tu refulgiste, deusa, em minha frente,
Branca, bendita, linda, inesperada!

E assim livrei-me dos brutais negrumes,
Das infernais tristezas, dos horrores,
Quando chegaste, deusa, com teus lumes...

Ó divindade que extermina dores,
Deixa-me estar, amor, nos teus perfumes,
Viver p’ra sempre em teus bilhões de flores!

Firmínio dos Hades
Enviado por Firmínio dos Hades em 28/01/2020
Reeditado em 03/10/2024
Código do texto: T6853000
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