Luar sobre uma cova
E lá se foi, sereno, outra vez o astro
merencório num céu que tanto almejo.
E atrás, de ti, seguindo-te o teu rastro,
negras nuvens em místico cortejo.
E o vento frio beijava-nos a face...
Juntos iamos nós, juntos a caminhar...
Ouvindo o silêncio como se cantasse,
melodias d'um'alma que sonha ao luar.
Por onde fores brancas e serenas
ficarão, as noites iluminadas,
revelando lírios e açucenas.
Os arvoredos que o pássaro pousa...
E quando eu for o pó nas madrugadas,
tu que estarás a clarear-me a lousa.