Mais uma taça

Em meu ébrio passatempo libertário

Pensamento só me pede que eu me ajuste

Necessário? Questiono. E de contrário,

Insistindo, me mantenho só o embuste

Solitário, em minha mesa sorvo o trago

Inebriante da etílica e vil taça

Meu sofrer, de gole em gole eu apago

Minha dor vai que nem vejo quando passa

Anestésico tão potente é esse vinho

Analgésico de meu ser que tão mesquinho

Quer com amor e com o òdio só sofrer

Se não cura, faz a dor logo sumir

Revoltado, sou impelido à dormir

E se insisto, vou, em coma, padecer.