AGRAVO DE AMOR (soneto)
Ah! Desventura cruel! Ah! dura sina!
Quão maldosa em meu dano ficaste
Vilã no tempo, como se lhe baste
Apenas algum cuidado, na surdina
Deixaste-me sentir a doce haste
Do amor, essa cortesia tão divina
Deitando no seu lugar amargo traste
De uma dor, e a saudade na vitrina
Ah! como melhor seria não vos ter
Algum dia nos meus braços, ermida
E no fado ter ficado encantado por ti
Assim, não teria o que na sina perder
E palmear na mão desta malfeita vida
Que por mor perda está qual eu perdi
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2020, 17’13” - Cerrado goiano
Vídeo YouTube:
https://youtu.be/uCdGq-V84O0