NAS MINHAS MÃOS
Eu sou as mãos dum Poeta esquecido,
Sou também braços cansados, tristes,
Sou os teus ombros de cristal que vives,
Sou as tuas mãos dum homem perdido.
Sou as mãos dum homem tão dividido,
Sou aquelas mãos que tu sorristes,
Sou um pedaço de carne, mentites?
Sou as mãos abandonadas sem sentido.
Sou as mãos de prata também de ouro,
Sou as mãos de Safira, 'té de marfim,
Sou as mãos de rubi repleto de couro.
Sou as mãos de cristal, gritar, enfim,
Sou as mãos gravidas nesta opinião,
Sou as mãos na fímbria da razão.
LUÍS COSTA
Lamego, 12/08/2005
Quinta de Calvilhe