A LÁGRIMA E O SUOR

Creio que quem temperou o suor,

Também nossa lágrima temperou.

Rezinga quem no trabalho suou,

Porém viver sem trabalho é pior.

Vida de desocupado dá dó.

Perdeu a conta do tanto que andou,

No desespero até fome passou,

Onde vai a resposta é uma só:

Sem vagas! Não estamos contratando!

Derrotado ele sai dali chorando,

Nos olhos o sal da lágrima arde.

Ironia! Que mundo desigual!

Aquele sal que arde é o mesmo sal,

Naquele que trabalhou até tarde.

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Lágrima é um tema sempre provocante e emocionante, como prova

o soneto do gran poeta fcunha lima.

= LAGRIMA SEDENTA =

Prontas para jorrar vindas de um veio,

De um olho d'água bem no coração,

Âmago de uma longa solidão,

Para satisfazer um velho anseio.

Colhidas sem arrimo e sem rodeio,

Soltas por uma antiga decisão,

Buscam umedecer uma paixão,

Em sentimento livre e sem bloqueio.

Lágrima densa, pura e descabida,

Ao inundar a emoção sentida,

Corre na face como água-benta.

Para curar os males de um peito,

Sacia, mas não deixa satisfeito,

São gotas de uma lágrima sedenta*.

/// ///// Fernando cunha lima- 01-07-15. Inspirado no poema do grande vate Jô*. Correndo atrás dos versos sensíveis do amigo Jota.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 27/01/2020
Reeditado em 08/02/2020
Código do texto: T6852042
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