Vozes Do Passado
Solitário fui sem ninguém comigo,
sem doce melodia e nem canto triste...
Entre as brumas de um sonho antigo,
como a lua solitária que no céu partiste.
Sem destino assim como num lago,
folhas qu'o vento nas águas conduzem...
Silêncio sepulcral no ar e olhar vago,
onde os astros apenas que reluzem.
Onde busca toda à alma que chora,
vós, que entre névoas amortalhado,
surge depois que se findas a aurora.
Vozes do passado que na soledade,
cantam para mim no poente solitário,
tristes, as notas, tristes da saudade.