NEGRA ESCRAVA
Brilho negro de tua cor,
Semelhante a escura noite.
Não mereces tanto açoite,
Sem o direito de se expor.
Cor de branda pureza rara,
Pávida a senzala finda vida.
Forjada liberdade é negada,
A essa santa mulher esculpida.
Atada em fria corrente,
As costas estúa a dor sangrenta,
O acalanto de tua fé presente.
Languida alma que se desbrava,
Ao peito teu filho se lamenta,
Lembrada seja a divina escrava.