SEM TEU OLHAR
Sem teu olhar...
por essas ruas, Deus meu, que escuridão!
Que lôbregos caminhos nas estradas;
chorariam de dor almas condenadas,
amargoso mundo áspero e vão!
Sem teu olhar...
O mar teria vagas ríspidas e bravas
e de profundo báratro viria um turbilhão;
vulcões cuspiriam horrentes lavas,
arrancaria as tumbas infame furacão.
Sem teu olhar...
Ao meu redor teria pranto e agonia,
somente a dor intérmina que mata,
treva espessa da senda de tormentos.
Sem teu olhar...
Seria eu apenas uma lousa fria
e nesse campo inglório dessa vida ingrata
exalaria enfim meus últimos alentos!