VARA ATOLADA
A chuva enraivecida espalha o berro em água,
embaça tudo ao olho imerso no desver,
atira à encosta em lodo o peso de ira e mágoa
minadas pouco a pouco a ações do humano ser.
Estultos corações da gente feito luva
colada rente à mão de quem comanda a urrar
a perturbada vara errando à lama, à chuva,
dos homojavalis, a vara a chafurdar.
O povo a chuva brava o porco na enxurrada;
deságua a raiva farta em torno ao corpo inerte
de tanto inexistir no reino aberração.
Avança afoita chuva em vômito, golfada
no pobre suinizado; há nada que o desperte
da sina come e caga o podre da nação.