POETAS DO SAMBA - ADONIRAN BARBOSA
SAUDOSA MALOCA
(Adoniran Barbosa)
Si o senhor não está lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse edifício arto
Era uma casa velha
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca
Mais, um dia
Nós nem pode se alembrar
Veio os homi cas ferramenta
Que o dono mandô derrubá
Peguemo todas nossas coisa
E fumos pro meio da rua
Apreciar a demolição
Que tristeza que nós sentia
Cada táuba que caía
Doía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homi tá cá razão
Nós arranja outro lugar
Só se conformemo quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida
Com os amigos Mato Grosso e Joca,
Fizeste de uma casa abandonada
A mais perfeita e cômoda morada
Do trio, apelidada de maloca.
Mas eis que o dono um dia apareceu
Mandando demolir o prédio e os sonhos
Deixando-os atônitos, tristonhos,
Ante a catástrofe que aconteceu.
Mato Grosso beirou o desespero,
Mas tu foste sensato, Adoniran,
E o Joca repôs tudo em seu lugar,
Lembrando do ditado lapidar.
Teu samba fez com que cada manhá
Voltasse a ter um tom alvissareiro.
Bom dia, amigos.
Ótima quinta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.
Obrigado, meu amigo Jacó, pela interação, que é uma grande contribuição ao valor desta página.
Os demônios da garoa,
Fizeram muito sucesso.
Essa música, tão boa,
Sempre que posso, a peço..
(Jacó Filho)