POETAS DO SAMBA - VAVÁ DA PORTELA E DEDÉ
CONTO DE AREIA
(Vavá da Portela e Dedé)
É água no mar, é maré cheia ô
mareia ô, mareia
É água no mar...
Contam que toda tristeza
Que tem na Bahia
Nasceu de uns olhos morenos
Molhados de mar.
Não sei se é conto de areia
Ou se é fantasia
Que a luz da candeia alumia
Pra gente contar.
Um dia a morena enfeitada
De rosas e rendas
Abriu seu sorriso de moça
E pediu pra dançar.
A noite emprestou as estrelas
Bordadas de prata
E as águas de Amaralina
Eram gotas de luar.
Era um peito só
Cheio de promessa era só
Era um peito só cheio de promessa (2x)
Quem foi que mandou
O seu amor
Se fazer de canoeiro
O vento que rola das palmas
Arrasta o veleiro
E leva pro meio das águas
de Iemanjá
E o mestre valente vagueia
Olhando pra areia sem poder chegar
Adeus, amor
Adeus, meu amor
Não me espera
Porque eu já vou me embora
Pro reino que esconde os tesouros
De minha senhora
Desfia colares de conchas
Pra vida passar
E deixa de olhar pros veleiros
Adeus meu amor eu não vou mais voltar
Foi Beira-Mar, foi Beira-Mar quem chamou
Foi Beira-Mar ê, foi Beira-Mar (2x)
Inspirados em lenda da Bahia
Falando sobre a origem da tristeza,
Compusestes, com rara destreza,
O belo samba enredo que viria
A fazer a Portela campeã
Em mais um antológico desfile
Onde nenhuma estrela mais cintile
Do que a azul e branco, em seu elã.
E a plateia emocionada, até,
Seguiu a vossa escola, ao final,
Tomando por completo a passarela
E exaltando o nome da Portela
Ao som de mais um samba genial
Da lavra de Vavá e de Dedé.
Bom dia, amigos. Órima quarta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.