O ABRAÇO

( interação ao poema ESCASSEZ DE ABRAÇO, do

poeta fcunha Lima )

- Posso dar-te um abraço, transeunte?

Perguntou-me alguém em plena rua.

- Claro! Isto é muita bondade sua.

- Por que o fazes, que mal lhe pergunte?

- Queres saber? Nem sei como te diga.

Este que no momento estou te dando,

Em verdade, apenas repassando

O que recebi de uma nova amiga.

- Me senti tão bem com aquele abraço,

Que por qualquer lugar por onde passo,

Vou repartindo tão doce afago.

- Quanto mais abraço melhor me sinto,

O mau humor pra mim está extinto,

É só ternura o que no meu peito trago.

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ESCASSEZ DE ABRAÇO

Corpo e alma, com toda ansiedade,

De simplesmente só abrir os braços

Nesta atitude de estreitar os laços,

Como fosse maior necessidade.

O gesto continua em verdade,

Querer se transformar em forte abraço,

Com tal desejo nem sei mais que faço,

Para poder matar tanta saudade.

Então este tal gesto quão perdido,

Este anelo que se vê partido,

Sozinho em um canto desolado.

Por ser aspiração sem serventia,

O braço ainda espera todo dia,

Aquele abraço que nunca foi dado.

fcunha Lima

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E tem mais abraço, quanto mais abraço melhor!

==PARTILHANDO ABRAÇOS ==

Após ter um abraço de amor,

Saí dando abraços a granel

E me senti assim em pleno céu,

Doando mil abraços onde for.

De tão feliz, passou a minha dor,

Em plena rua fiz um escarcéu,

E no suave abraço como um véu,

Minha felicidade tomou cor.

A musa que me deu o doce abraço,

Talvez nem imagina que o faço,

Apenas no prazer de uma partilha.

Ao abraçar na rua tanta gente,

Parece que sou Deus onipresente,

Matei a solidão, não sou mais ilha.

Nesse grande e envolvente amplexo, Vai meu enorme carinho ao poeta maior. Jota Garcia. Grato meu amigo. Fernando cunha lima. 21-01-2020.