ORA (DIREIS) FAZER SONETO!

Fazer soneto! Ora (direis)! E eu digo
Que, muitas vezes, a escrever me ponho,
Por longas horas, meu prezado amigo,
Em rijos versos, vou moldando um sonho.
 
E, a noite inteira, sem nenhum perigo
De se tornar o meu lavor medonho,
A inspiração da escrita, encontra abrigo,
Nas formas do soneto que componho.
 
Direis, agora, cheio de incerteza,
Não vale a vida  tal esforço insano
De forjar versos dessa natureza.
 
Pois, vos garanto, amigo, que escrevê-los
É minha forma de, sem dor ou dano,
Mudar em sonho os tantos pesadelos...



Dedico esse poema aos grandes incentivadores:
Edy Soares, Poeta Carioca e Aila Brito.

Magnífica interação do exímio sonetista Edy Soares, a quem agradeço pelas sempre generosas palavras de incentivo.
O ARAUTO
Instiga a minha insônia um bardo incauto
 que aos poucos desvendando-o pego apreço.
É alguém dentro de mim que desconheço
e faz de mim há um tempo o seu arauto

Se falta sono, vem num sobressalto
prende-me a mente até que eu adormeço.
A trascrever seus versos me ofereço,
transpondo-os como quem toma de assalto.

 Ah!... incauto bardo, já que me torturas
permite que eu te assine as escrituras
 visto que o anonimato não te afeta...

 Enquanto eu vou, por meus saraus afora,
se alguém me perguntar como isso aflora,
eu vou tentar fingir que sou poeta!

Extremamente feliz com a  majestosa interação da Poetisa Aila Brito:


POR AMOR ÀS ESTRELAS

Ora (direi), ouvir estrelas! Certo
Tolice ouvi... Jamais supunha crer!
Fui à janela e olhei, porém incerto;
Tênue de espanto; então eu pude ver...

 E ao conversarmos, fez-me o olhar verter,
 Lágrimas doces... De paixão, decerto!
E ao fim da noite, então eu vi morrer
As minhas forças, De amor referto.

Direi agora! "Eis, mais um louco, amigo...!"
Do que falamos, meu olhar valida,
Toda  saudade! E assim tristonho eu sigo...

...Pela via láctea, a implorar guarida!
Pudesse eu, no céu ter um abrigo;
E ouvir estrelas, toda a minha vida!

Muito lisonjeado com a belíssima interação do Ilustre poeta Fonseca da Rocha.

DUELO

Tomo da caneta como ao florete.
Meus olhos o mandando ao beleléu!
Estudo estratégias tal qual cadete...
Impávido a confrontar-me, o papel.
 
Invisto com palavras garimpadas,
estoco com metáforas e rimas.
Mas, o imaculado em sua tez pálida,
se esvai qual fosse estrela matutina.
 
Reluto em insistir com a arma branca,
partir para o confronto mano a mano.
Mas é dele o ar blasé com qual espanca,
 
minha idiossincrasia de humano.
Derrotado, a angústia ganha espaço...
Mas persisto, escandindo meus fracassos.
Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 21/01/2020
Reeditado em 06/09/2020
Código do texto: T6847101
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