O Chamado
(Interação ao poema ZARPAR, do poeta
Piauiense Armegador de Versos)
Bem ao contrário de outra pessoa,
Que deseja apartar-se de si mesmo,
Deixar uma parte partir a esmo,
Pelo mundo, como uma coisa à toa,
Nem penso em entrar nessa canoa,
Existe um visgo que me prende em casa.
Sou assim qual um pássaro sem asa
Que já não pula, muito menos voa.
Quando se é jovem, a aventura
Chama tão forte que ninguém segura,
E lá vamos nós pelo mundo a fora.
Mas já é tarde, mudou tudo agora,
Pois o arco-íris, o El Dorado,
Ficaram perdidos lá no passado.
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ZARPAR
Quem me dera! Fugir de mim agora,
Para bem longe desta casca velha,
Gritar: Fica-te aí, inútil grelha
E desculpa a tão longa e vá demora.
Quem dera! Sem “até logo”, ir embora,
Sem ter olhar oblíquo, de esguelha,
Sem ligar para o quê me der na telha,
Sem compromisso, agenda, data e hora.
Há muito estou cansado de mim mesmo,
Cansado de vagar por mim a esmo,
Numa infinita estrada de cratera...
Quisera eu u’a folga sem retorno,
Mochila, tênis, quepe sem adorno,
Ir pelo mundo sem mim, ai quem dera!
Piauiense Armengador de Versos
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Chegando junto a excelente poeta ânia, para engrossar o caldo poético do amigo Armengador.
PUDESSE EU ...
Ah, pudesse eu separar-me de mim,
sair bem de mansinho, corpo afora,
pisando leve, flutuando ir embora
como plumas ao vento, livre assim...
Liberta de tudo, sorrindo enfim,
dançando na chuva a qualquer hora,
sem compromissos, de mim senhora,
cantarolando, feliz pelos jardins...
Ah, pudesse eu esquecer o cansaço,
o tormento de viver por viver,
empurrando os dias, mesmo sem poder...
Pudesse eu soltar esses elos de aço,
num repente, todos grilhões romper
e a centelha dos sonhos reacender...
Bom dia poeta...tentando seguir tua inspiração e a inspiração do poeta Um Piauiense Armengador de Versos,
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