UM PARCEIRO SINGULAR
Sozinho ninguém escreve um soneto.
Depois do primeiro verso escrito,
Se o Poema gostou do que foi dito,
Nem espera terminar o quarteto.
Sugere rimas, não fica quieto,
Invade o espaço que era restrito,
E me atiça enquanto medito,
Tudo que quer é forçar um dueto.
Já não sei mais se a palavra que eu digo
Vem de minha cabeça ou do “amigo”
Que a si mesmo, perfeito quer criar.
E o poeta reclamar não se atreve,
Por não mais ser dono do que escreve,
Com este parceiro tão singular.