UM PARCEIRO SINGULAR

Sozinho ninguém escreve um soneto.

Depois do primeiro verso escrito,

Se o Poema gostou do que foi dito,

Nem espera terminar o quarteto.

Sugere rimas, não fica quieto,

Invade o espaço que era restrito,

E me atiça enquanto medito,

Tudo que quer é forçar um dueto.

Já não sei mais se a palavra que eu digo

Vem de minha cabeça ou do “amigo”

Que a si mesmo, perfeito quer criar.

E o poeta reclamar não se atreve,

Por não mais ser dono do que escreve,

Com este parceiro tão singular.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 13/01/2020
Reeditado em 20/06/2023
Código do texto: T6841079
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