POR QUÊ?
POR QUÊ?
Às vezes me questiono se isso tudo
A que chamamos vida vale a pena...
Sim, saber da existência se mais plena
Que as coisas que busquei desde miúdo.
De corpo e alma; de forma e conteúdo,
Porfiar por uma aurora mais amena,
Entrementes a esperança nos condena
A só depois da morte o Além desnudo.
Eu olho ao meu redor e nada vejo,
Senão as sombras dúbias da caverna
Onde fora acorrentado a culpa e pejo.
E um mínimo clarão de Luz Eterna
Confunde se verdade ou se desejo
Esse mundo que em vultos mal s'externa.
Belo Horizonte - 11 01 2020