Senhor W
Quero dizer, quem dera se o poema
do lábio teu fluísse livre e hábil,
mas ele agride e explode, com teu lábio,
Tímpanos, cócleas num só vil fonema.
Tu és da aférese em dilema um lema;
Ruído só, um dó, um tíbio sábio.
Ou diz melhor, tal qual o Senhor W
- que são dois Vês soprados de um morfema.
Poeta, escuta! O verso bate e toa,
batuca e toca, tine, canta o raro
sem precisar suar, soar sem ar.
Faz para o mundo - faz que é muito boa! -
Poesia opípara, entoando claro,
sem clausurar a prolação soar.