INSETO

Na lâmpada do poste há tanto inseto;

uma nuvem que se move e é inquietante;

e eu penso em meu silêncio mais completo;

a luz atrai as almas mais errantes..

há tempos tenho o hábito discreto:

querer achar uma luz em mim, distante,

por conta de um desejo, assim, secreto,

por ter essa saudade delirante...

e tal aquele inseto que circula

à luz daquele poste em mim macula

a dor da despedida e o teu adeus...

não vivo mais, assim, como eu vivia

qual pássaro que voa à luz do dia

sou um inseto atras da luz dentro dos breus!

Arão Filho

São Luis-MA, 12 de janeiro de 2020.