LONGE  DO  ORGULHO

 

 

Caminhar deve ser longe do orgulho,

Para igualar-se o imaginado ao espelho,

Não sentir pedregulho ou grão de milho

Que fira aos pés, e canse à perna e ao joelho.

 

E mais leve o passo, menos barulho,

O andar levanta menos pó vermelho,

Com menor risco de levar areia ao olho,

Perdendo o ritmo, o tempo, dar-se ao encalhe...

 

Caminha e não se vê, feito andarilho,

Quem passa, à face marca, e o mesmo atalho

Trouxe a luz, limpou a voz, fez vivo o brilho,

 

Tornou possível vestir o agasalho,

Resolveu a todo tipo de empecilho...

E protegeu desatenção e ato falho.


José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 07/10/2007
Reeditado em 08/10/2007
Código do texto: T683972
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