NOITES CÁLIDAS
Ó noites! Cálidas noites!
Perdido na escuridão – sem lume
Ó noites de murmúrios, gemidos e açoites!
Painéis cotidianos que vislumbro
Ó noites de enigmáticos segredos,
Cujos mistérios o negro véu lhes cobre
Braços ligeiros; entrelaçar de dedos
Ondulação de espectros que a relva acode.
Gritos das aves de agouro: sons noturnos
Almas que bailam pelo infortúnio e dor
As tristes valsas de vai e vem soturnos
Noites serenas nos matagais brejeiros
Vultos de corpos sob o luar, perdidos!
Braços que se cruzam em gestos traiçoeiros.