Pousada Catavento
— Pousada Catavento, boa tarde.
Aquela voz... Que linda! Era Daiana.
De respondê-la "amor?!" eu tive gana.
Ameacei, titubeei covarde.
E como, em vão, esta paixão inda arde
– com a boca muda e o coração campana –
pensei, cismei na vida, esta cigana
que nos baralha, e aqui restar quem há de?
Ela insistiu:— Pousada Catavento;
em que posso ajudar? Neste momento
eu disse: — Boa tarde. Por favor,
perdoa-me fazer tanta demora;
mas tua voz lembrou-me outra senhora...
Ela, sorrindo, interrompeu-me: — Amor?!