No manto azul da tarde venturosa

No manto azul da tarde venturosa,

a lembrança como ave aqui voeja...

E a tarde vai morrer silenciosa,

já não dobram mais os sinos da igreja.

Já não fere, vós, que me feriste,

minha alma, ri, sem o teu véu...

Ó mágoa, que outrora me fez triste,

solitário como um mausoléu.

Navio que vagas em busca de um porto...

Levo comigo a solidão das madrugadas,

o luar que vaga sobre o horto.

O silêncio que entoas o lírio no altar...

Fragrâncias doces, alvoradas,

o azul que cabe dentro de um olhar.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 06/01/2020
Reeditado em 09/01/2020
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