Ai, que angústia meu pobre verso

Ai, que angústia meu pobre verso,

foi-se o último pássaro no poente.

Agora, só o silêncio e o negro universo,

sem estrelas nos olhando tristemente.

Repousa em mim como à princesa

num castelo, ermo e tristonho...

Ó esperança, sob a lájea da tristeza,

morto, ali, meu pobre sonho.

Vós que voastes por este céu,

outrora de astros iluminado,

vestes agora d'angústia o negro véu.

E as folhas pendem como no outono...

Meu verso juntos como o lírio e o prado,

partiremos para as brenhas do eterno sono.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 05/01/2020
Reeditado em 07/01/2020
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