Ai, que angústia meu pobre verso
Ai, que angústia meu pobre verso,
foi-se o último pássaro no poente.
Agora, só o silêncio e o negro universo,
sem estrelas nos olhando tristemente.
Repousa em mim como à princesa
num castelo, ermo e tristonho...
Ó esperança, sob a lájea da tristeza,
morto, ali, meu pobre sonho.
Vós que voastes por este céu,
outrora de astros iluminado,
vestes agora d'angústia o negro véu.
E as folhas pendem como no outono...
Meu verso juntos como o lírio e o prado,
partiremos para as brenhas do eterno sono.