A Morte e o Paradoxo do Amor
A minha alma é triste porque amo, e este amor
Lúgubre em excesso pelo qual eu lamento,
Como o vento, me traz o resplendor do alento
E torna meu silêncio belo e encantador.
Sim, pois embora trágico seja o amargor
Que brota deste lindo e feio sentimento,
Lembranças doces de um incorpóreo momento
Cessam, por um momento, a dor interior:
A música da morte já não é sombria
Quanto soara tanto para mim um dia
Em noites infindáveis de alegre ventura;
Agora ecoa sobre mim terna e suave,
E não há mais, na fria solidão, entrave
Para o último sussurro de minha loucura!