Se o nome de alguém tornou-se um nume,
Do qual fazemos nosso principal memento;
E se nele ancoramos, inteiro, o pensamento,
É a loucura da paixão que chegou ao cume.
 
Pois como fogo sagrado alimentando a pira,
Que depois de aceso não poderá ser apagado,
Tudo o que vem dele, seja o certo ou errado,
Nunca se contará como verdade ou mentira.
 
É como se fosse a nossa verdadeira religião,
Na qual uma divindade só quer ser adorada,
Sem que se tenha qualquer dúvida ou razão.
 
A tal sentimento não se pode dar um nome:
É a fogueira onde a consciência é queimada,
E no lugar fica apena a chama que consome.