Sopro
A visão inexplicavelmente embaçou
E de súbito nem peitei a razão
Mas por que o peito ressoou
Se não houve sequer colisão?
Senti um vendaval interno
Que soprou meu coração em pedaço
Rearranjando cantigas do inverno
Pra caber no espaço de um abraço
E lentamente viestes como nuvem
Pós-chuva e de um fino trato
Para azular-me como doce miragem
Vertigem... Palpitação... Encontro
Não sei em que ponto exato
Tudo isso causou-me assombro
_____
17/12/19