ALMA ESCRITA
Canto que fere tanto quão grito,
Singela fissura do lamento.
Faço-me da virtude o alimento,
Focado destino por mim escrito.
Resoada lembrança constante,
Tenho minhas obras sonhadas.
Escrevo como rio de águas levadas,
Conflitos sofridos a todo instante.
Folheio a alma que me vestes,
Derramadas lágrimas ao rosto,
No silêncio de orações e preces.
Agitam-se as mágoas do desgosto,
A sombra do poeta acalanto,
Rimo versos! Sonhos que planto.