Cópia Safira
Todo amor que se vai é um céu de mentira;
Como se construísse ilusões de regato
e depois as secasse, e depois, por ingrato,
debochasse pungindo: "Essa gente delira!"
Todo amor quando acaba, há quem negue este fato,
há quem morra em seguida ou o enlute com ira,
É um caos, uma cruz, uma cópia safira,
É um quase sorriso enganando o retrato.
O poeta eu não sei se lastima ou se aplaude
a lamúria da gente, o amor diluindo;
ou se anela um maior sentimento, debalde.
É um céu de mentira, é um caos, uma cruz
todo amor que vai triste, após doce ter vindo.
E o poeta investiga um vestígio de luz.