AFÃ DO TEMPO

Vai-se o tempo em rajadas de eventos

Varre o instante sem pressa ou demora

Esvai silente e plácido o agora

Nesta insana fluidez dos momentos.

O presente é vela aos sete ventos

Feito negrume às luzes d'aurora

Quando assaz, mãe-da-lua, assim chora

Pelos bosques, seus tristes lamentos.

Mas, o porvir é insone liame

De fusca noite e alva manhã

Nicho dos fatos, lépido enxame

Ânsia da instância, intrépido afã

Paixão do tempo, rígido estame

Querer do hoje em ser amanhã.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 01/01/2020
Código do texto: T6831906
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