AGONIA

Com medo e desejo, enfrento a rua nua,

um pouco distante, onde gosto tanto,

tem fonte, que em secreto me insinua,

brilha o olhar, encontro a vida, o encanto.

O medo estar no rosto, mas me afago

na cachoeira, a hostil fonte de lampejo,

com a rosa púrpura me embriago,

o cheiro dela desperta o desejo.

Um beijo e um suspiro, um sorrir sem jeito,

a encontrar na vida, a rosa que viso,

que traz paz, mas a dor estar no peito.

É o enigma da vida, da alforria,

tenho a dor, mas anseio o sorriso,

prostrado, só resta a mim agonia

LAZARO MARTINS
Enviado por LAZARO MARTINS em 31/12/2019
Reeditado em 22/04/2021
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