AGONIA
Com medo e desejo, enfrento a rua nua,
um pouco distante, onde gosto tanto,
tem fonte, que em secreto me insinua,
brilha o olhar, encontro a vida, o encanto.
O medo estar no rosto, mas me afago
na cachoeira, a hostil fonte de lampejo,
com a rosa púrpura me embriago,
o cheiro dela desperta o desejo.
Um beijo e um suspiro, um sorrir sem jeito,
a encontrar na vida, a rosa que viso,
que traz paz, mas a dor estar no peito.
É o enigma da vida, da alforria,
tenho a dor, mas anseio o sorriso,
prostrado, só resta a mim agonia