TUDO IGUAL
Colidir novamente a mim mesmo vazio
de lotado até a borda em bastante sentindo
a aflição de buscar um vestígio provindo
das entranhas de luz que me habita o sombrio.
Eu me junto aos iguais desgarrados na rua
e seguimos no vão lacerando folhinhas
sob os dias tocando as mais chatas valsinhas
repetidas rodando a espiral que recua.
E no recomeçar permanente, ilusório,
insistindo em gozar de esperança em velório,
nos minguamos caldeira a cozer a velhice.
A correr sem destino, a engolir calendário
e esticar adiante a existência de otário
recusando saber que se gira à mesmice.