EU BEM QUE SABIA...
Eu bem que sabia de onde eu vinha,
De cada tropeço do meu vil caminho...
E, mesmo andando sempre tão sozinho,
Eu bem que sabia o que me convinha.
Do amor, eu sabia o seu lado daninho,
E do coração, sua face mesquinha;
Sabia das dores que vida continha
E a flor evitei, por causa do espinho...
Eu tentei fugir do cantar das sereias,
Do encanto dos olhos e das suas cadeias,
Da doce paixão já me predestinada,
Mas, mesmo sabendo que pereceria,
Deixei-me lograr pela sua magia
E, desde então, já não sei de mais nada!