São Bento, 64.

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Saudade é de concreto. É tão concreta

que a gente pode ver de onde ela vem:

do olhar que se perdeu dentro de um trem,

do mar, do som, da lua (a predileta)

Saudade a gente toca, e o poeta,

com a habilidade estranha que ele tem,

retoca no esmeril de um verso o bem

que existe dentro dela - a dose certa.

E relembrar é quântico ao extremo.

Bebericar no lábio do passado

a mais entorpecente substância

nos faz luir a mente, até o supremo

encontro entre o que foi fragmentado

e a inteireza eterna que há na ânsia.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 28/12/2019
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