Punição divina
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Faz-me saber, Diana, se tu és
o núcleo indistinguível do tormento.
Porque tu tens meu todo pensamento,
tão bem cravados nele estão teus pés!
Permita-me os teus olhos, um momento,
que os meus lhes são escravos e fiéis.
Mas esse olhar me diz tudo ao revés
do que tu mostras ser - o meu lamento.
Explica, se puderes. Depois some!
Quem sabe, recuperem do teu nome
seu étimo e seu íntimo outra sina,
Fugindo desse aspecto impreciso:
ora - em meu sonho - luz e paraíso,
ora - em meus dias - punição divina.