Santa
Amei-te. Era Setembro, uma metade.
E o ano apontava a tão distante fim.
Do teu prazer provei, bebi teu vinho
e inebriei-me de tua vontade.
Mulher! O céu à tua claridade
veio pedir licença para, assim,
deixar-se aportilhar ao sol e, sim,
tocar-te a pele, o prisma, a sumidade.
E te arrancou, qual pétala escolhida
às mãos do vento, linda, possuída
de tal doçura e de leveza tanta,
que ao despertar te quis, busquei teu corpo,
mas a manhã dizia-me de um sopro:
foi tua o quanto pôde, agora é santa.