VERSOS AO NÚMERO DA PORTA 01
“Para Xavier Zarco”
Vem carteiro, não vem carteiro,
D´ encomenda qu´ a gente exorta,
E eu faço poemas o dia inteiro
Com versos ao número da porta.
Passam as horas, e até os dias,
Passam carteiros e encomendas,
E vão ficando as fantasias
Embrulhadas em reprimendas…
Com versos ao número da porta,
Por rua abaixo ou rua acima,
A paciência já não comporta
Mais versos despidos de rima.
Na encomenda vem Jorge de Sena
Com pimenta na ponta da língua
Esperar carteiro não vale a pena
Qu´ o sistema ´stá mesmo à míngua…
Com versos ao número da porta
Por uma encomenda sem rédea
Esta poesia já não conforta
Nem à laia de Divina Comédia!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA