VERSOS AO NÚMERO DA PORTA 01

“Para Xavier Zarco”

Vem carteiro, não vem carteiro,

D´ encomenda qu´ a gente exorta,

E eu faço poemas o dia inteiro

Com versos ao número da porta.

Passam as horas, e até os dias,

Passam carteiros e encomendas,

E vão ficando as fantasias

Embrulhadas em reprimendas…

Com versos ao número da porta,

Por rua abaixo ou rua acima,

A paciência já não comporta

Mais versos despidos de rima.

Na encomenda vem Jorge de Sena

Com pimenta na ponta da língua

Esperar carteiro não vale a pena

Qu´ o sistema ´stá mesmo à míngua…

Com versos ao número da porta

Por uma encomenda sem rédea

Esta poesia já não conforta

Nem à laia de Divina Comédia!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 18/12/2019
Reeditado em 19/12/2019
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