Reciclagem V
Edir Pina de Barros
Pois tu não vês, amor? A chuva cai serena,
escorre sobre a terra, a renovar a vida
a recompor o solo – e quem com ele lida –
assim sempre a cair a tudo reordena.
Pois tu não vês, amor? A vida está tão plena!
Renasce aqui e ali – com nada se intimida –
enflora em mangueirais, ressurge da ferida
que o estio produziu e em tudo nos acena.
Não poderias ver... Sentir tantas mudanças,
tu vives no passado e disso não te cansas,
sem esgarçar os nós que amarram velha trama.
Não percebeste, não? Eu renasci do estio
me recompus também – da dor até me rio –
e a vida viça em mim, dentro de mim se enrama
Edir Pina de Barros
Pois tu não vês, amor? A chuva cai serena,
escorre sobre a terra, a renovar a vida
a recompor o solo – e quem com ele lida –
assim sempre a cair a tudo reordena.
Pois tu não vês, amor? A vida está tão plena!
Renasce aqui e ali – com nada se intimida –
enflora em mangueirais, ressurge da ferida
que o estio produziu e em tudo nos acena.
Não poderias ver... Sentir tantas mudanças,
tu vives no passado e disso não te cansas,
sem esgarçar os nós que amarram velha trama.
Não percebeste, não? Eu renasci do estio
me recompus também – da dor até me rio –
e a vida viça em mim, dentro de mim se enrama