PARA CESÁRIO VERDE
As ruas estavam pejadas de gente,
A cheirar mal e mesm'amargura...
Como sandes de flores, de tristeza,
Embrulhadas em seda consistente!
Os carros dormiam sossegadamente,
Os Astros mui perdidos de doçura...
Passam borboletas na noite dura...
E o sol feliz muito... mui calmamente.
As Avenidas c'os passeios alcatifados,
A multidão triste vivendo seus fados,
Haviam bairros de lata, sem pão!
Muita gente a morrer de fome. Homem!
Esqueléticos, magros, que não comem,
Vivem no chão, pobres sem habitação!
Com muito apreço e amizade
Deste teu colega e amigo
LUÍS COSTA com heteronimo de
( Ateneu da Silva)