PARA CESÁRIO VERDE

As ruas estavam pejadas de gente,

A cheirar mal e mesm'amargura...

Como sandes de flores, de tristeza,

Embrulhadas em seda consistente!

Os carros dormiam sossegadamente,

Os Astros mui perdidos de doçura...

Passam borboletas na noite dura...

E o sol feliz muito... mui calmamente.

As Avenidas c'os passeios alcatifados,

A multidão triste vivendo seus fados,

Haviam bairros de lata, sem pão!

Muita gente a morrer de fome. Homem!

Esqueléticos, magros, que não comem,

Vivem no chão, pobres sem habitação!

Com muito apreço e amizade

Deste teu colega e amigo

LUÍS COSTA com heteronimo de

( Ateneu da Silva)

TÓLU
Enviado por TÓLU em 18/12/2019
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