Soneto do amor ideal
“How oft, my love, with shapings sweet
I paint the moment we shall meet!
With eager speed I dart –
I seize you in the vacant air
And fancy, with a husband’s care,
I press you to my heart!”
(COLERIDGE)
Já sei contá-lo, salteado e de cor,
De tantas vezes que passou por minha mente –
Todas as noites, em meus sonhos, finalmente
Unido a ti estou em laços de amor.
Co’as faces descoradas em mortal palor,
Reclino-me em teu peito, langue, molemente,
E por um beijo teu suplico, ternamente,
Para reavivar-me da alma o calor.
Meu coração bate de pejo e prazer
Ao ver-te de meus lábios se aproximar
Para que meu desejo possa conceder.
Mas ao destino apetece me torturar;
Sempre antes que eu o possa receber,
Acordo, em lágrimas, abraçando o ar!