Quando nos meus, teus olhos puseste,
que coisa imensa, que absurda magia,
era o meu corpo que no teu sucumbia,
era o chão que me faltava e não me deste
 
Era um canto que faz do peito refém,
sob as vestes ardido, bêbedo, violado,
que consome o sangue bago a bago,
fogo que morde, sem perdão a ninguém
 
E tudo o que de mais lindo foi jurado,
na pupila enluarada do passado,
foi festejo que à luz do dia teve fim
 
E o amor virou saudade, um passarinho,
fiquei com Cartola, Gonçalves e o chorinho,
sozinha, nessa mesa vazia de botequim .



 
[ Soneto inspirado no soneto de
Nelson de Medeiros - Perfume da ilusão ]


 
 



 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 17/12/2019
Reeditado em 17/12/2019
Código do texto: T6821045
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