Um dia para todos
 
E quando a morte vos vier sem piedade,
Recolher para o descanso o vosso corpo
Vem ligeira qual a luz da claridade,
Ou qual noite quando o sol já se tem posto.
 
Este é o mito que extermina a vaidade,
Pois aqui, todos somos o mesmo morto,
Rico ou pobre a morte não tem piedade,
Um e outro, seu destino é ser defunto.
 
Tudo fica, tudo passa num lampejo,
E toda a vida na lembrança é sobejo,
E às vezes, nem saudade sentem os teus.
 
Não existe espera, nem desculpa, adiamento
E nesta hora, pra quem fica dói saudade,
E pra quem vai, resta apenas um adeus!