Jorro do vazio

JORRO DO VAZIO

Do vazio que transborda de mim

Solidão e frio seco, sem fim

Jorra esta fonte via terminais

Um redemoinho, dores cabais

Olho com horror o estertor profundo

Esse status quo, do cor, vagabundo

Quando pensei "nesses tenho amigos"

Não considerei em lhes dar abrigo

Mas, força, lhes dei, ao necessitarem

Abriram suas asas, voaram além

Pra fria amplidão do seu desapego

Enxergaram o cerne dos seus segredos

Vivem o resíduo dos seus abismos

Enxergando os seus próprios cataclismos