Chão de Ilhéus
Eu antes, sorridente como os céus
em dia azul, em noite de esperança,
beijava-te os cabelos; nossa dança
seguia gravurando o chão de Ilhéus.
Eu hoje, sem ter mais os passos teus
entrelaçando os meus, eu sem festança,
embrulho-me em setembro - uma criança
cantando solidão à luz, ao léu.
E tu, de onde tu estás, queres poesia,
como se houvesse em mim certa alegria
ainda viva, a ponto de brotar
um ramo de metáfora tão doce
que, ao te dizer, considerado fosse
um verso meu pra te fazer dançar.