Diminuto
Diminuto
É noite de silêncio e a poesia
cismou em vir rasteira sob a luz.
Eu me cuidei no início, pois, supus
que fosse a solidão numa brisa fria.
E, porque muita paz me oferecia,
aos poucos entendi que ela seduz
de forma misteriosa, e se traduz
depois em prazerosa companhia.
Está agora aqui, a me cantar
poemas que no mundo nem se lê,
verdades que ninguém versou jamais.
E deu-me como prêmio este pensar:
o que há de mais bonito a gente vê
tão diminuto, e tão maior se faz.