AVARITIA
Bastante é uma palavra tão vazia
Enquanto o ar cumpre seu ciclo em mim
Alimento com laudos banquetes minha voraz mania
Sentinela antropófaga do meu fim
A sobra não existe no meu mundo
Possuo mais do que o cosmos comporta
E sei que jazerei no baú mais profundo
Dentro de um castelo sem nenhuma porta
Meus anéis de prata refletem meu rosto única e totalmente
Sou a raposa insidiosa que rouba a presa alheia
O acúmulo é a única função da minha mente
E nesse mundo amarelo febril me retorço e aguardo
Pela alvorada a qual sou obrigado a compartilhar...
O verbo que é meu mais saturnino fardo.