AVARITIA

Bastante é uma palavra tão vazia

Enquanto o ar cumpre seu ciclo em mim

Alimento com laudos banquetes minha voraz mania

Sentinela antropófaga do meu fim

A sobra não existe no meu mundo

Possuo mais do que o cosmos comporta

E sei que jazerei no baú mais profundo

Dentro de um castelo sem nenhuma porta

Meus anéis de prata refletem meu rosto única e totalmente

Sou a raposa insidiosa que rouba a presa alheia

O acúmulo é a única função da minha mente

E nesse mundo amarelo febril me retorço e aguardo

Pela alvorada a qual sou obrigado a compartilhar...

O verbo que é meu mais saturnino fardo.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 13/12/2019
Reeditado em 13/12/2019
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