CÁLCULO IMPRECISO

( Interação ao poema GESTO IMPRECISO, do poeta

fcunha lima, de cujo poema tomei as rimas por empréstimo)

Pra você, com um verso tão preciso,

A lágrima não faz nenhum sentido.

Talvez um choro antigo, recolhido,

Venha a brotar assim, sem aviso,

Deixando qualquer um de sobreaviso,

Alerta contra o choro incontido,

Que até parece um tanto atrevido.

Choro? Melhor seria um sorriso,

Que sempre é sinal de alegria.

No que digo não faço ironia,

E nem quero deixar-te indeciso.

O choro também tem hora e dia,

Pois quando vem a tal da nostalgia,

O abalo tem cálculo impreciso.

././././././././././././././././././././././././././././././././././././././././

GESTO IMPRECISO

Queria ver aquilo que preciso,

Naquele choro que não faz sentido,

Que em certas horas vê-se recolhido,

Ao ressurgir assim sem dar aviso.

Fiquei assim de sobreaviso,

Por ver que este choro incontido,

Que posso até chamar de atrevido,

Possa se transformar em um sorriso.

Na certa o choro é de alegria,

Afirmo até com tanta ironia,

Embora permaneça indeciso.

O choro que se perde todo dia,

Deixa de ser somente nostalgia,

E passa a ser um gesto impreciso.

Fernando cunha lima

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 05/12/2019
Código do texto: T6811364
Classificação de conteúdo: seguro