DOR ANÔNIMA

Este meu ranger de dentes na quietude

Ecoam na minh'alma vazia como gritos,

Tostam a calma nos mesmos espíritos

Que atormentam-me em lapsos, amiúde.

No anonimato... fechei-me como pude

Resguardei o fátuo e mantei-me erudito

Numa esperança vã, e mesmo que aflito

Esperei o inesperado dentro da ataúde.

Na meia noite encontrei minha sombra

Em frangalhos pelos barulhos nus da vida

e bradando naquela ladeira de despedida.

É pelas dores que corroem e me assombra

Que divago milhas em passos tortos e lentos

Pela cadência escura de meus lamentos...

Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 05/12/2019
Reeditado em 18/01/2021
Código do texto: T6811142
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