DOR ANÔNIMA
Este meu ranger de dentes na quietude
Ecoam na minh'alma vazia como gritos,
Tostam a calma nos mesmos espíritos
Que atormentam-me em lapsos, amiúde.
No anonimato... fechei-me como pude
Resguardei o fátuo e mantei-me erudito
Numa esperança vã, e mesmo que aflito
Esperei o inesperado dentro da ataúde.
Na meia noite encontrei minha sombra
Em frangalhos pelos barulhos nus da vida
e bradando naquela ladeira de despedida.
É pelas dores que corroem e me assombra
Que divago milhas em passos tortos e lentos
Pela cadência escura de meus lamentos...