Coroa de Sonetos. Tema: Como ser Bom e de fazer o Bem

Coroa de Sonetos

Sobre ser Bom e de fazer o Bem

I

Quem busca apenas a felicidade,

Nas coisas fúteis e materiais,

Encontrará somente a falsidade

E pisará somente em lamaçais.

Quem, caminhando pelos temporais,

Jamais semeia a solidariedade,

Se perderá nos campos mais banais,

Colhendo apenas a mediocridade.

Quem, da caridade, não sentiu o gosto,

Não sabe que o sorriso vai além,

De um simples gesto escrito pelo rosto.

Toda a felicidade se detém,

Em permitir o coração exposto,

Na alegria de fazer o Bem.

II

Na alegria de fazer o Bem,

Na forma mais humilde e mais suprema,

A generosidade se mantém,

Numa existência prazerosa e plena,

Quem tem a alma sempre tão serena,

Quem é bondoso sem olhar a quem,

Com o coração escreve o seu poema,

Na inspiração que o próprio amor contém.

Seja um sorriso, uma palavra amiga;

Seja um abraço forte e especial,

Uma atitude sincera e comovida,

Um gesto tão humano e fraternal,

Farão a diferença em qualquer vida,

Criando uma energia Divinal.

III

Criando uma energia Divinal,

Ao seu redor e no seu próprio peito,

Você será um ser celestial

E não apenas um legal sujeito.

Embora sendo fraco e imperfeito,

Acaso tropeçar em algum degrau,

Mantenha sua essência e o seu respeito,

Jamais se esquive para o lado mal.

A gentileza é sempre uma aliança,

Que fortalece o Bem e reproduz,

Nos corações, a força e a confiança.

Somente a caridade nos conduz,

Para uma vida plena de esperança,

Cheia de paz, de amor, de fé, de luz.

IV

Cheia de paz, de amor, de fé, de luz,

A alma brilha, tão serena e pura;

Tendo no alto de um excelsa cruz,

O Bem vencendo toda a desventura.

Não há ferida, não há fel, nem pus,

Que venha macular toda a brandura,

Pra quem acolhe os passos de Jesus

E faz do Seu amor, sua ventura.

O que esse Ser divino nos deixou,

Tudo o que construiu e superou,

Com todos os exemplos e lições,

No mundo, devem ser nossos roteiros,

Dos nossos sentimentos verdadeiros,

Fortalecendo nossos corações.

V

Fortalecendo nossos corações,

O Bem segue vencendo toda a dor;

A Paz segue vencendo as aflições;

O mau segue perdendo para o Amor.

Se vierem mazelas, privações,

Precisamos ter fé no Criador,

Com nossas mais sublimes emoções,

Com nosso sentimento redentor.

Embora tanta pedra e tanto espinho;

Tanta ganância e ter tanta tristeza;

Tanta maldade e tanto ser mesquinho...

Ainda há esperança e há grandeza,

Quem põe a luz do Bem no seu caminho,

Quem põe o pão do Amor na sua mesa.

VI

Quem põe o pão do Amor na sua mesa

E da fraternidade se alimenta,

Enfeita a sua casa de nobreza,

De Paz, a sua estrada pavimenta.

Quem tem a atitude benfazeja,

Repartindo o prato, a vestimenta,

Acolhendo a miséria ou a pobreza,

Guiando a alma que se desalenta,

Constrói dentro de si um grande templo,

Alicerçado pelo seu exemplo;

Habitado da luz da gratidão.

Nesse mundo faminto e malfadado,

Será eternamente abençoado,

O ser que estende a sua humilde mão.

VII

O ser que estende a sua humilde mão,

Àquele ser desamparado e pobre,

Sem exigir retorno ou promoção,

O próprio coração de luz recobre.

Quem faz da sua vida uma missão,

Em prol do amor e nesse amor descobre,

Que o caminho da paz é só o perdão,

É um ser humano verdadeiro e nobre.

Aquele que ameniza a dor alheia,

Quem dá seus ombros para quem pranteia,

E, para quem tropeça, dá seus braços,

Se torna um ser amado, um ser bendito,

Amarra o coração ao infinito,

Envolve a alma com divinos laços.

VIII

Envolve a alma com divinos laços,

Quem faz da caridade a sua busca.

Ilumina também os próprios passos.

Quem faz da gentileza a luz augusta.

Mesmo sofrendo perdas ou fracassos,

Importa é ter uma atitude justa,

Mesmo sabendo quanto a vida é brusca,

Dando feridas, dores ou cansaços.

É ter um bom caráter; ter virtude;

É semear o amor; ter atitude,

Agir com gentileza e simpatia.

Acreditar nos próprios sentimentos;

É semear o Bem aos quatro ventos,

Colhendo sempre os frutos da alegria.

IX

Colhendo sempre os frutos da alegria,

Segue, sublime, o coração bondoso;

Palpitante de amor e de harmonia,

Sendo altruísta, sendo venturoso.

Bendito o ser que luta a cada dia,

Contra o perverso, o inescrupuloso...

Agindo sempre com sabedoria,

Em prol do infeliz, do desditoso.

Quem divide o seu pão, já tão escasso,

Sem propaganda, sem estardalhaço,

De forma humilde, prazerosamente,

Mantém a sua vida altiva e plena;

A alma sempre límpida, serena;

O nobre coração, resplandecente.

X

O nobre coração, resplandecente,

Livre do mal, isento de rancores,

Com toda a sua fé, tão consistente,

Com seus exemplos tão compensadores...

É um coração bondoso e sorridente,

Que vive a amenizar alheias dores,

De um outro coração sobrevivente,

Das amarguras e dos dissabores.

A esperança, a fé, o otimismo,

O sentimento de companheirismo,

Habitam nesse peito tão divino.

Com sua luz bondosa e acolhedora,

É lâmpada sublime e redentora,

Guiando o mais humilde peregrino.

XI

Guiando o mais humilde peregrino,

Nas trevas desse mundo tão cruel,

Segue o coração, tão cristalino,

Fazendo a sua parte, o seu papel.

Sem ter desconfiança ou desatino;

Sem ter hostilidade, sem o fel

Do desentendimento viperino,

Não sendo desleal, nem infiel....

Assim, o ser humano bom e justo,

Sem qualquer trauma, dor, ou qualquer susto,

Constrói os alicerces do seu mundo.

Bondoso, destemido e confiante,

Mantém o coração sempre atuante,

No amor mais verdadeiro e mais profundo.

XII

No amor mais verdadeiro e mais profundo,

Na ação mais efetiva e mais sincera,

Assim é que a bondade prepondera,

Também a paz se espalha pelo mundo.

...E, quando o ser humano persevera,

Não se afasta do bem, nem um segundo;

O sentimento fica mais fecundo

E o Bem, ao seu redor, se prolifera.

Tudo o que a gente faz, sempre retorna,

De uma maneira muito mais intensa,

Que nos influencia e nos transforma.

Nossa atitude faz a diferença;

Nos confirmando que, de alguma forma,

Ser Bom, fazer o Bem, sempre compensa.

XIII

Ser Bom, fazer o Bem, sempre compensa;

É tudo o que nos guia e o que nos une,

Deixando a luz do Amor como presença,

Como se fosse um divinal perfume.

Quando toda a esperança se resume,

Na mais sublime e incontestável crença.

No coração bondoso se condensa,

O mais soberbo e verdadeiro lume.

Bendita seja a tolerância e a calma,

Na expressão daquela humilde alma,

Sempre tão carinhosa e compreensiva.

Abençoado aquele que auxilia,

Com a mão da caridade e propicia

O Amor que a dor alheia suaviza.

XIV

O Amor que a dor alheia suaviza

E expressa a sua divinal essência,

É chuva plena de benevolência,

Que um coração deserto fertiliza.

Quem traz alguma luz pra essa existência,

De alguém, o ferimento cicatriza,

Com atitude boa e positiva,

Merece a gratidão e a reverência.

É preciso buscar, constantemente,

A Gentileza, o Bem, a Caridade,

A Fé, a Luz de Deus beneficente...

Pois, nesse mundo de adversidade,

Jamais será feliz completamente,

Quem busca apenas a felicidade.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 04/12/2019
Código do texto: T6810773
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